Síndrome de fim de ano: como evitar o esgotamento físico e emocional?

Metas não alcançadas causam sobrecarga mental. Saiba como lidar com os sentimentos de tristeza típicos dessa época do ano

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O final do ano se aproxima e, com ele, uma atmosfera de expectativas, planos e reuniões familiares, que compõem, em teoria, um clima altamente festivo. Para alguns, esse momento é de fato marcado pela felicidade, mas para muitos  pode desencadear a chamada “Síndrome de Fim de Ano, caracterizada por sentimentos de tristeza e melancolia que surgem especificamente nessa época, podendo até mesmo evoluir para casos de depressão e ansiedade.

“Especialmente nos meses de novembro e dezembro, as sensações de tristeza e de insuficiência ganham maior relevância e a isso se soma uma pressão gerada pela sociedade de se sentir feliz, realizado e com novas metas para o ano que se aproxima”, diz Filipe Colombini, psicólogo e CEO da Equipe AT.

Em tempo: de acordo com uma pesquisa da International Stress Management Association, 80% das pessoas enfrentam estresse nesse período, o que é atribuído ao aumento de tarefas, sobrecarga, pensamentos incessantes, ritmo acelerado no trabalho e as férias escolares, além das projeções para o próximo ano.

Ainda segundo o especialista, essa cultura festiva, muitas vezes, determina uma visão idealizada e altamente positiva, contribuindo para a pressão emocional que algumas pessoas experimentam.

“A imposição de positividade a todo custo durante esse período pode gerar situações de desconforto e intensificar sentimentos negativos, tornando mais difícil lidar com emoções autênticas, principalmente em ambientes familiares tóxicos, onde as demandas impostas geram uniões forçadas, com potencial para desencadear sentimentos prejudiciais”, complementa.

Três ações que fazem a diferença nessa época do ano

Para lidar com esse turbilhão de emoções e atravessar o período com maior tranquilidade, Colombini destaca a incorporação de três elementos-chave:  autoconhecimento, autocontrole e tomada de decisões alinhadas com os valores individuais.

O autoconhecimento, segundo o especialista, é crucial, já que envolve uma reflexão interna para compreender as próprias emoções, gatilhos e necessidades durante esses meses desafiadores. “Conhecer-se profundamente possibilita a identificação de estratégias personalizadas para enfrentar as adversidades”, destaca o psicólogo.

Com relação ao autocontrole, Colombini sugere a necessidade de gerenciar de maneira consciente as reações emocionais diante das pressões festivas, cultivando a habilidade de evitar respostas impulsivas que possam agravar o estresse emocional.

Por fim, a tomada de decisões alinhadas com valores individuais diz respeito à escolha de atividades e compromissos em sintonia com as próprias prioridades e bem-estar, mesmo que isso implique em estabelecer limites ou recusar certas demandas sociais.

“Acima de tudo, é preciso que cada pessoa trilhe um caminho próprio em sintonia com uma rede de suporte saudável, muitas vezes amparada por um profissional de saúde mental. Este não apenas oferece tratamento, mas também um plano de segurança para enfrentar as previsíveis turbulências culturais deste período”, afirma o especialista.

Palavra de Especialista

Por Aline Tayná de Carvalho Barbosa Rodrigues*

O fim de ano simboliza o fechamento de um ciclo, quando, num curto período de tempo, fazemos a leitura de tudo que vivemos nos últimos 12 meses e idealizamos resolver problemas pessoais e profissionais, pendências, de forma a nos organizarmos para o próximo ano.

As festas de fim de ano representam um tempo limite para o encerramento de uma etapa que traz consigo desgastes físicos e emocionais, que geram aumento significativo do quadro de ansiedade, depressão e estresse, de forma geral.

A síndrome de fim de ano, também conhecida como “Dezembrite”, tem crescido muito entre a população, pois assim como o fim do ano representa alegria, conquistas e comemorações, também pode trazer tristeza, frustração, decepção, entre outros sentimentos, que interferem diretamente no desempenho pessoal e na qualidade de vida.

Por isso, é importante estar atento aos sinais que o nosso corpo e nossa mente vêm nos dando sobre as pressões e expectativas que criamos no fim do ano, de que precisamos encerrar esse ciclo com sucesso e suprir todas as expectativas próprias e também do outro.

É importante destacar que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país que mais sofre com ansiedade, sendo esse um dos sintomas mais presentes nessa época do ano.

A ansiedade se apresenta com sintomas como irritabilidade, falta de ar, palpitação, náuseas, dores de cabeça, pensamentos acelerados, atitudes compulsivas, angústia, entre outros, que interferem diretamente no cotidiano. Diante de tais sinais, precisamos estar atentos para que o quadro de ansiedade não avance para um quadro depressivo e/ou, no contexto de trabalho, para a Síndrome de Burnout.

A Síndrome de Burnout não é exatamente uma doença, mas uma alteração psicológica que está relacionada com a exaustão física e mental, e pode ser desenvolvida por estresse crônico, tensão emocional, problemas no trabalho, excesso de obrigações e questões familiares. Seus principais sintomas são: cansaço excessivo, dores de cabeça frequentes, fadiga e dores musculares, pressão alta e alteração dos batimentos cardíacos, alteração de apetite, perda na produtividade e alteração de sono.

Diante disso é importante estar atento aos sinais que o corpo vai dando de que algo não está bem. Não é um mês ou uma época do ano que vai nos dizer se alcançamos ou não nossos objetivos, mas a forma como vivemos cada etapa, e como nos sentimos ao longo de cada conquista.

Por isso, estipule pequenas metas, priorize sua saúde, pratique atividade física e busque ajuda profissional ao perceber sinais que têm interferido em seu bem-estar, pois nossa saúde é um bem precioso e precisamos colocá-la como prioridade.

*Aline Tayná de Carvalho Barbosa Rodrigues é psicóloga escolar no Instituto Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP).

Com Assessorias

 

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